Vida Sexual na Terceira Idade – 2a parte
Vida Sexual na Terceira Idade – 2a parte
Luiz Carlos Crozera
Quem disse que você é velho demais para fazer sexo?
A sexualidade na terceira idade é freqüentemente vista e baseada em velhos estereótipos privado de significados, como também é associada a disfunção ou insatisfação. Os estereótipos de que as pessoas idosas não são atraentes fisicamente, não têm interesses por sexo ou são incapazes de sentir algum estímulo sexual, ainda são amplamente difundidos. Estes estereótipos, unidos a falta de informação, induzem a gente a uma atitude pessimista em tudo que se refere ao sexo na velhice.
Então vamos lá, é hora de mudar de vida !:
Procure se vestir melhor,
Coloque um perfume sedutor,
Programe-se para sair da rotina (passeios, restaurantes, cinema, teatro, contato com a natureza),
Erga a cabeça, respire fundo e mostre o romantismo que ainda existe dentro de você,
Mostre para você mesmo(a) que está vivo.
Eleve sua auto estima, busque oportunidades, crie condições.
Esta constatação é substituída por numerosos estudos que demonstram que um vasto percentual de indivíduos com idade superior aos 65 anos, não só continuam a atividade sexual, mas também, geralmente são satisfeitos do sexo e de seus parceiros.A maioria das pessoas idosas desejam e estão em grau de usufruir de uma vida sexual satisfatória. Uma atividade sexual regular ajuda a manter a habilidade no sexo inclusive auxilia no retardamento do processo psicológico do envelhecimento, trazendo inclusive saúde física e mental.
Quais são os efeitos das doenças ou invalidez na vida sexual?
Embora as doenças e a invalidez possam afetar a sexualidade, mesmo nas mais sérias condições de saúde, o indivíduo deve possuir estímulos sexuais.
Disfunções cardíacas
Muitas pessoas que sofreram ataques cardíacos, temem que o fato de haver relações sexuais possa causar outros ataques. Esse risco é muito baixo, seguindo as orientações de seu médico. Muita gente pode recomeçar a atividade sexual depois de um período de tempo variável entre 12 e 16 semanas após ter sofrido um ataque.
Diabetes
Muitos homens sujeitos ao diabetes não tem problemas, mas é uma das poucas doenças que na realidade pode causar impotência.
Artrite
Dores articulares devido a artrite, podem limitar a atividade sexual. Tratamentos cirúrgicos ou medicinais podem aliviar as dores. Em alguns casos, os medicamentos podem diminuir o desejo pelo sexo. Exercícios físicos, repouso, banhos quentes e mudanças de posição durante o ato sexual, pode ajudar.
Os medicamentos podem interferir na vida sexual ?
Sim. Numerosas desordens endocrinológicas, vasculares e neurológicas, podem interferir nas funções sexuais, como também diversas formas de medicamentos e intervenções cirúrgicas. Estes fatores sanitários prevalecem com mais freqüência nas pessoas idosas e, a esse ponto, talvez não seja surpreendente identificar um incremento de problemas sexuais, por causas biológicas, na terceira idade. Medicamentos que agridem o sistema nervoso autônomo, podem interferir nas funções sexuais. Muitos medicamentos usados pelas pessoas idosas, como os anti-hipertensão, antidepressivo, tranqüilizante e outros remédios usados para aumentar a pressão, podem incidir desfavoravelmente sobre a função erétil e a libido. Alguns medicinais rendem difícil ao homem a ejaculação, outros reduzem o desejo sexual feminino.
Quais os fatores emocionais que interferem na vida sexual?
Sim. A sexualidade é freqüentemente um delicado equilíbrio entre as emoções e as causas psicológicas. Se o homem teme excessivamente a impotência pode criar estresse o suficiente para causá-la. Os casais idosos podem ter os mesmos problemas que envolvem as pessoas de todas as idades – a ansiedade. Só que podem sofrer ulteriores problemas por motivos próprios relacionados a idade, com a aposentadoria e outras mudanças no estilo de vida, ou enfermidades. Estes problemas podem causar dificuldade sexual. É comum pessoas da terceira idade terem problemas sexuais e preocupações que não são diferentes daqueles das pessoas jovens; todavia os fatores biológicos e psicológicos podem exigir mais atenção.
A espera da “oportunidade exata” para uma relação pode ser fator estressante, devido as próprias circunstâncias e condições de vida (morar na casa de filhos, os netos, etc.)
Vamos acabar com o “Mito” !
Existe um período existencial que denominamos “crise do homem”, um fenômeno de ordem psicossocial e cultural que ocorre a partir dos 45 ou 50 anos e que vai até 60 anos em diante, onde na área sexual se centraliza a temática deste problema, principalmente quando o homem não se orientou e não conseguiu da vida tudo o que quis realizar, ou seja, seus objetivos e seus ideais, o que baixa a sua autoconfiança e sua auto-estima detonando um processo de culpa que, às vezes, gera uma inevitável e conseqüente condenação a não ser mais o mesmo. Em qualquer idade o homem pode ter distúrbios do desejo sexual, da ereção e da ejaculação mas, uma falha sexual de qualquer destes tipos, que caracterize uma impotência orgástica, pode fazer surgir indesejavelmente o medo da idéia do “estou ficando velho, tudo acabou”, o que na realidade, mostra um despreparo do homem por falta de conhecimento desta tão importante fase da sua vida, devido aos mitos, preconceitos e à falta de informação, que pode acionar fatores psicológicos desencadeantes de pensamentos de que “está chegando a hora” e não de que é um “problema da idade” que merece uma boa orientação e um tratamento adequado.
Muito embora a espermatogênese vá até uma idade avançada, ou seja, a capacidade reprodutiva do homem vá até o final da vida, de repente, o homem descobre no espelho os cabelos brancos, que as rugas aumentaram, as entradas na testa se alongaram, as gordurinhas se localizaram, a barriga ficou proeminente e, nem dá para enxergar o órgão sexual ou mesmo os pés… Mas existem muitos homens que, para se desvencilhar de suas obrigações afetivas usam o pretexto de que “estou cansado, é a idade”. E outros que se sentem privados de sua liberdade de sair, de ficar com os amigos quando a mulher quer controlar suas vidas, estes deixam acontecer a andropausa para se verem livres de suas mulheres mas, a bem verdade, ao não exporem os seus verdadeiros sentimentos, acabam se prejudicando, deixando de viverem bem consigo mesmos, esquecendo-se de que a sexualidade é como o vinho, quanto melhor praticada melhor se torna o prazer.
E os sintomas característicos desta fase do homem são o cansaço, a diminuição do tônus muscular, a diminuição da força, a diminuição da audição e da visão, a depressão, a diminuição do interesse sexual, a dificuldade de ereção, a falha da ereção, a falha da ejaculação, o atraso da ejaculação, relações deficientes ou incompletas, a perda progressiva da memória com esquecimentos frequentes, insônia, perda da potência sexual, excessiva transpiração, alteração do humor, irritabilidade, insegurança, depressão, sentimento de solidão e a redução da autoconfiança e da auto-estima. Como, aparentemente, não há mudanças hormonais significativas, toda esta gama de sintomas ocorrem também devido aos fatores psicosocioculturais que somente à sutil diminuição da testosterona, o hormônio masculino, cuja queda ocorre lenta mas progressivamente, à monta de 1% ao ano até chegar ao limite inferior da normalidade e também à sutil baixa da androsterona. Não se deve esquecer que o processo de envelhecimento está muito relacionado à arteriosclerose, enfermidade que atinge todo o sistema vascular arterial, endurecendo e diminuindo a luz dos vasos, diminuindo o aporte sanguíneo e a oxigenação e, consequentemente a nutrição do organismo em geral.
E com os complexos da fase etária, parece que o homem andropáusico sofre a influência do estigma da aposentadoria e faz que está na “idade do lobo” e assim ele nega o que o espelho lhe mostra, pinta os cabelos, se ilude de que está no auge da potência, conta vantagens, se comporta como adolescente, e sai de braços dados com uma mocinha para gerar olhares e comentários que lhe massageia o seu ego, por pura auto-afirmação.
Na realidade, para o homem informado, a andropausa não é uma crise e sim uma importante fase de amadurecimento, na qual ele deve despertar, com razão e sabedoria, as suas virtudes e seus verdadeiros valores. E para que isto ocorra, deve o homem inteligente recorrer às terapêuticas que melhor lhe convierem, propiciando uma melhor qualidade de vida, a fim de restabelecer o seu estado de saúde e não se tornar suscetível a adoecer daquilo que ele pode prevenir.
Na maioria dos casos o tratamento engloba uma terapêutica à base de remédios como os homeopáticos, os ortomoleculares e os florais; orientação alimentar à base de peixes, hortaliças e frutas com diminuição dos açúcares, gorduras e sal; evitar o fumo; evitar o sedentarismo; exercícios adequados; suplementação de vitaminas, sais minerais, oligoelementos, antioxidantes, aminoácidos, tudo para melhorar o estado de saúde mental e orgânico, a potência sexual, o condicionamento físico, a neurotransmissão dos estímulos sexuais e a massa muscular corporal.