A Hipnose clínica condicionativa

A HIPNOSE CLÍNICA CONDICIONATIVA

Pauta de matéria – Jornal do Trem e do Ônibus – São Paulo (Capital).

luiz20carlos

Prof. Luiz Carlos Crozera – O pai da Hipnose Condicionativa

O que é a hipnose? Trata-se de um fenômeno neurológico?

RESPOSTA: A hipnose é um estado natural de profundo relaxamento, onde é afastada a parte crítica do racional, dando acesso aos conteúdos de memória. Podemos afirmar que é um fenômeno psiconeurofisiológico, pois quando trabalhamos a mente humana, o cérebro recebe a informação, passando para a fisiologia.

Como funciona a hipnose e qual a ação sobre o cérebro?

RESPOSTA: Não se utiliza mais os tais pêndulos balançando, existem diversas formas para levar uma pessoa ao estado de hipnose (sono terapêutico), a empregada no campo da Hipnose Condicionativa é o desligamento neurológico do tato, paladar e visão, permanecendo o olfato e audição, ao tempo que sensor crítico do racional é afastado, para acesso as memórias conscientes e inconscientes, nesse momento, dependendo do nível de ansiedade da pessoa, que deve ser a mais baixa possível, a frequência cerebral oscila em ciclos de 1 a 3 hz, em estado normal essa frequência é de 12 até 20 hz, dependendo do nível da ansiedade. A hipnose é apenas o meio para se entrar dentro da mente de uma pessoa, uma vez dentro das memórias emprega-se ferramentas ou mecanismos, dentro de conceitos previamente estudados e estruturados.

Quais os métodos mais comuns usados na hipnose?

RESPOSTA: Cientificamente existem três linhas de hipnose no mundo, os métodos Clássicos surgiram em 1723 na Europa (revivência de traumas), os Ericksonianos aparecem em 1927 nos Estados Unidos (metáforas e sugestões) e finalmente a linha Condicionativa de 1983 nasce no Brasil (bloqueio das emoções que envolvem os registros traumáticos), o que difere uma linha da outra são os conceitos, forma e duração de tratamento, assim como os resultados clínicos. A procura pela Hipnose Clínica Condicionativa é crescente, comparativamente, enquanto os métodos convencionais de psicologia demoram de dois a cinco anos para tratar uma pessoa portadora de depressão crônica, as técnicas de Hipnose Clássica gastam em média um ano, na Hipnose Ericksoniana de seis a oito meses e, na Hipnose Condicionativa, seja qual for o estado depressivo, são utilizadas de duas até cinco sessões.

Quanto tempo dura e qual a capacidade da hipnose?

RESPOSTA: As sessões terapêuticas da Hipnose Condicionativa tem dura em média  uma hora e trinta minutos, os mecanismos trabalhados são definitivos, devido a forma que os registros mentais são trabalhados, entretanto podem sofrer influência do meio e serem descondicionados, mediante pressões psicológicas de grande intensidade.

A pessoa que passa pela hipnose pode sair do transe sem a presença do hipnólogo?

RESPOSTA: Quando a pessoa é submetida a hipnose, depois de um tempo, sem receber comandos do hipnólogo, passa automaticamente ao sono fisiológico, após alguns minutos sai sozinha do estado de hipnose.

O hipnotizador é capaz de controlar a mente da pessoa?

RESPOSTA: No campo terapêutico esse tipo de controle não existe, exceto se a intenção do terapeuta não for de solucionar os problemas das pessoas. Todo ser humano é dotado do “arbítrio”, o que vemos nos show de hipnose de palco, o controle da mente funciona somente naquele momento, em seguida o arbítrio bloqueia os comandos utilizados pelo hipnólogo, já na hipnose religiosa, utilizada inclusive pela televisão, buscam trabalhar diretamente a “crença” dos fiéis, com sugestionamentos e induções metafóricas, objetivando burlar o livre arbítrio, para captarem, dessa forma, as doações.

Toda pessoa pode ser hipnotizada? Existem pessoas que podem ser  mais hipnotizadas que outras e existem aquelas que são imunes à hipnose?

RESPOSTA: Teoricamente todos somos hipnotizados, depende do “querer” e se “permitir”, quanto mais idosa a pessoa, mais dor e sofrimento, maiores são as chances de entrar em estado de hipnose. Quanto menor o grau cultural de uma pessoa, mais suscetível a hipnose e as induções.

Durante a hipnose, a pessoa fica inconsciente dos seus atos?

RESPOSTA: O grau de consciência durante e após as sessões de hipnose, depende do nível de ansiedade no momento da sessão, quanto menor a ansiedade, mais baixa é a frequência cerebral e menores são as lembranças durante e após as sessões.

É possível que haja o resgate da memória durante a hipnose? Como ter a certeza de que as palavras da pessoa hipnotizada são verdadeiras?

RESPOSTA: O método de Hipnose Clínica Condicionativa a pessoa não fala durante a sessão, não se trata de método investigativo como na Hipnose Clássica, as pessoas preenchem uma ficha clínica, com informações relevantes para o tratamento, todo tratamento é estruturado em cima dos dados da ficha, dessa forma o acesso aos níveis de memória conscientes e inconscientes são automáticos, onde é feito a remoção das emoções traumáticas, desassociando a emoção das experiências traumáticas, higienizando a mente, de forma definitiva, implanta-se novos condicionamentos motivacionais e com isso a pessoa muda as atitudes, o comportamento, até mesmo fatores fisiológicos (sintomas) ligados as emoções. Tudo é feito internamente, sem a necessidade de exteriorização por palavras. 

Quando a prática da hipnose torna-se perigosa?

RESPOSTA: Quando praticada por pessoas de má índole e inexperientes. É desaconselhada a prática da hipnose via internet (online).

A pessoa é capaz de se auto-hipnotizar no dia a dia?

RESPOSTA: As pessoas possuem informações totalmente erradas sobre a hipnose, é impossível se auto-hipnotizar, não ha como afastarmos por conta própria a parte crítica do nosso racional. O que se vende por aí como auto-hipnose, nada mais é que autosugestão, o tempo todo a pessoa está racionalizando pensamentos e imaginação. Por outro lado existe muita falsa hipnose no mercado, são simplesmente sugestões conscientes, durante o processo a pessoa fica pensando e imaginando coisas, situações e lugares. No verdadeiro processo da hipnose a pessoa não pensa nem imagina!.

Muitas pessoas não acreditam no poder da hipnose e alegam que tudo é armação. Qual a sua opinião sobre esse assunto?

RESPOSTA: Como autor da mais nova linha científica de hipnose clínica mundial – Hipnose Clínica Condicionativa, sempre acreditei que a hipnose é a única forma de entrar na mente das pessoas e trabalhar as verdadeiras “causas” dos problemas, sejam emocionais, comportamentais, fisiológicos ou até mesmo espirituais, revertendo os “sintomas”, a maioria da humanidade sofre por quase nada, até aqui investi mais de 43 anos da minha vida em pesquisas nesse campo, que considero a “medicina do futuro”. Hoje me emociono em saber que mais de 75.000 pessoas, mensalmente, são tratada com as minhas descobertas, é prazeroso conseguir resgatar vidas sem trabalhar o paliativo e os placebos!.

Desde quando a hipnose passou a ser utilizada na medicina?

RESPOSTA: No Brasil, o primeiro Conselho Federal a reconhecer a hipnose como ferramenta de tratamento, de forma cientifica, foi o de Odontologia, através da Resolução 185-93 (1993), seguido pelo Conselho Federal de Medicina, através do parecer 42-1999, depois veio o Conselho Federal de Psicologia – Resolução 013-2000 e por último do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Conffito) – resolução 380-2010. Quem não for médico, psicólogo, dentista ou fisioterapeuta, deverá fazer o curso de formação e especialização em Hipnose Clínica e se filiar num Sindicato de Terapeuta, posteriormente requerer Alvará e Licença da Prefeitura do seu município, legalizando a situação trabalhista e fiscal como hipnólogo. A Hipnose pode ser empregada em todos os campos das atividades humanas, seja na educação, em todas as áreas da saúde, nos desportes, na criminalística e nos recursos humanos em geral, a hipnose é apenas uma ferramenta para trabalhar a mente humana, não é específica ou exclusiva de uma única área!.

Trata-se de um tratamento terapêutico ou um auxílio no combate a dores e problemas psíquicos?

RESPOSTA: Cada caso é analisado separadamente e o tratamento é estruturado em cima de cada situação específica, mesmo os fatores oriundos de vírus, fungos, bactérias, questões acidentais e as abusivas contra a saúde, que sofrem a influência da mente, também podem ser tratados pela hipnose, além de todos problemas emocionais, comportamentais e fisiológicos. No combate as dores, é possível, via hipnose, fazer anestesia e analgesia, além de bloqueio de neurotransmissores. Todos os casos considerados psicológicos e também os psiquiátricos são tratados pela Hipnose Condicionativa, nos meus cursos 40% dos alunos são psicólogos!.

Os médicos aceitam que a hipnose pode auxiliar no tratamento?

RESPOSTA: Tenho recebido nos cursos médicos de todas as especializações, aos poucos a hipnose científica está conquistando as clínicas médicas, inclusive hospitais (públicos e particulares), o tema é discutido e apresentado em Congressos, Palestras e Conferencias de Saúde.

Como a hipnose atua:

1º) Na depressão:

RESPOSTA: Toda depressão é um estado emocional, gerado por um acumulo de causas que estão localizadas no nível mental, onde nenhum medicamento chega, quando as pessoas em depressão são tratadas pela Hipnose Condicionativa o tratamento é muito breve e definitivo, qualquer que seja o nível (da depressão leva até a crônica). Durante o processo terapêutico todas as “causas” são descondicionadas, para mente não mais associá-las, implanta-se mecanismos motivacionais de acordo com cada caso, resgata-se fatores positivos da vida, eleva a autoestima, controla os níveis de ansiedade, despertando a vontade de viver e promovendo qualidade de vida. Uma ressalva para a “falsa depressão”, nesses casos não ha tratamento, a pessoa tem ganhos secundários, não se permite ser tratada.

2º) No vício:

RESPOSTA: Todos vícios são classificados como mecanismos de fuga, nesses casos a Hipnose Condicionativa atua diretamente no mecanismo da vontade, implanta-se um desvio condicionado, para evitar abstinência, a pessoa sai da sessão e começa, por algumas semanas, tomar muita água, auxiliando na limpeza orgânica e química. Descondiciona-se os sentidos perceptivos, gerando aversão ao vício (drogas em geral, cigarro e bebidas alcoólicas), controla-se a ansiedade, eleva a autoestima e motivação para uma vida saudável e libertação do vício. Para esse tipo de tratamento funcionar, a pessoa efetivamente tem que querer parar com o vício.

3º) Na Aids:

RESPOSTA: Como a causa da Aids é viral e estamos condicionados pela indústria da saúde acreditar que a Aids mata, quando uma pessoa recebe a informação que é portadora do vírus, a autoestima cai, a mente fica totalmente perturbada, entra em depressão, com isso tudo a imunologia baixa consideravelmente, campo fértil para o vírus proliferar no organismo. Nesses casos a Hipnose Condicionativa tem um papel relevante, basta implantar mecanismos, ao nível mental, para elevar a autoestima em diversos momentos pela manhã, a tarde e a noite, além de controlar o sono fisiológico e a motivação geral para a vida. Após algumas sessões de Hipnose constatamos nos exames laboratoriais – “vírus indetectável”!.

4º) No câncer:

RESPOSTA: É certo que mais de 80% dos casos de câncer são provenientes de “causas emocionais”, desencadeados após estados depressivos e longo período de sofrimento. No mesmo instante que as “causas” são descondicionadas na mente, via Hipnose Condicionativa, as células cancerosas param de desenvolver, em cada sessão verificamos uma diminuição do(s) tumore(s). Como esse tipo de tratamento depende de resposta fisiológica, o tratamento deve ser intensivo, com diversas sessões até as células se normalizarem. Quando um paciente está sendo tratado com quimioterapia ou radioterapia, é possível potencializar esses tratamentos via hipnose. Naturalmente a hipnose, nesses casos, também se trabalha a elevação da autoestima e a motivação geral. A Hipnose Condicionativa torna-se de grande aliada da medicina oncológica!.

5º) Nos vários tipos de medos:

RESPOSTA: Os medos, assim como as fobias, síndromes e pânicos, ocorrem devido fatores emocionais, onde ha existência de registros de memória que geram esses sintomas, mais variados possíveis, adquiridos em algum momento da vida, inclusive na gestação, via hipnose chegamos nesses registros, removendo a emoção da experiência, descondicionando as causas acabam-se os sintomas, a mente não mais fará associação, em seguida geramos a motivação para pessoa ter uma vida normal. Para esses casos emprega-se até 3 sessões de hipnose, em muitos casos os medos são tratados numa única sessão!.

6º) Na medicina do trabalho:

RESPOSTA: No Brasil poucas empresas se preocupam com a verdadeira medicina do trabalho, num contexto geral empregados e empregadores podem se beneficiar da Hipnose Condicionativa, que proporciona as pessoas noites bem dormidas, livres de traumas, com a mente higienizada, assim como um acordar com disposição, alegria e motivação, no trabalho ter muito mais interesse, concentração, atenção, organização, metodologia, disciplina, motivação para utilização e manuseio de aparelhos e equipamentos, entre outras, dentro de cada atividade profissional. Nesse mesmo contexto é possível melhorar as condições comportamentais no meio familiar.

Para ser utilizada no âmbito da medicina, a pessoa precisa – primeiramente – acreditar no poder da hipnose?

RESPOSTA: É muito forte o preconceito e desinformação sobre hipnose. Certo dia fui convidado pela Universidade Estadual de Londrina no Paraná, para demonstrar a Hipnose Condicionativa num caso de Aids, em estágio avançado, quando a paciente olhou para mim disse: “me desculpe, não acredito em hipnose!”, simplesmente sorri e argumentei: “não estou aqui para te hipnotizar, e sim lhe tratar, para isso farei um relaxamento”, a paciente alegremente diz: “ha!.. relaxamento é ótimo!”, fechou os olhos, em poucos minutos estava em transe profundo, pude trabalhar tranquilamente o caso, após uma hora e meia de sessão trouxe a paciente ao estado normal, ao abrir os olhos, sorri e diz: “não sei o que o Sr. fez, estou leve e me sentindo em paz”, para minha alegria e da paciente, os exames, após essa única sessão de hipnose, constavam vírus indetectável!.


Jornal Folha de Pernambuco

1 – O que é a hipnose e como ela atua no ser?

RESPOSTA: Hipnose é o meio pelo qual conseguimos acessar o universo de registros de memória, tanto no nível consciente como inconsciente. Na hipnose clínica/terapêutica, emprega-se técnicas de relaxamento profundo, afasta-se o crítico do racional, para poder ser acessado os conteúdos memorizados, então é possível operacionalizar a mente como uma verdadeira engenharia, utilizando ferramentas através da voz.

A hipnose também é uma forma de comunicação direta entre a mente e a fisiologia, que provoca mudanças e transformações, levando o indivíduo à prática do pensar sobre si mesmo e por si mesmo. Com esta comunicação pode-se produzir os fenômenos ditos da hipnose, como regressão de idade, progressão no tempo, projeção da mente, energização, ressignificação de dados, implantes de novos condicionamentos de acordo com cada necessidade, bloqueio de traumas, sendo possível produzir novas motivações, elevar a autoestima, controlar a ansiedade e a vontade, gerar analgesia e anestesia, reconectar neurônios, tratar todas as questões psíquicas, físicas e até as espirituais.  Cada dia da existência humana é único, acumulativo e posteriormente associativo, não paramos para fazer ajustes nessas experiências, nos autoanalisarmos, passamos a vida toda sem fazer um balanço de nós mesmos, é por isso que as pessoas adoecem!.

” A mente humana não é física, os registros mentais nela contidos são apenas e simplesmente “energia”, que combinadas, geram os sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, etc., culminando em estímulos e ações fisiológicas, metabólicas, de mobilidade e comportamento.” – Luiz Carlos Crozera

2 – Quem profissionais podem usar esta ferramenta? E com quais indicações?

RESPOSTA: Os pré requisitos necessários que o Instituto Brasileiro de Hipnologia exige são: qualquer pessoa maior de 21 anos, que tenha cursado ou esteja cursando nível universitário, em qualquer área, devido a abrangência das ferramentas, que podem ser utilizadas em todas as áreas da saúde, na educação, nos desportes, nos recursos humanos e na criminalística.

3 – Há um código de ética para a prática? Quem regula?

RESPOSTA: Os códigos de ética são apenas regulamentos internos, não possuem peso de Lei, nosso Instituto possui o código próprio, mas a regularização e fiscalização cabe aos Conselhos Federais, Estaduais e Regionais de Medicina, Psicologia, Odontologia e Fisioterapia, que reconhecem a hipnose como ferramenta de trabalho no Brasil, quem não for dessas áreas, para atuarem como profissionais em atendimentos com a hipnose,  deverão estar inscritos num Sindicato de Terapeutas e possuir a devida Licença e Alvará emitido pela Prefeitura da sua localidade.

4 – O senhor poderia fazer um breve histórico da concepção da hipnose e como ela chegou no Brasil?

RESPOSTA: Nos achados da Antiguidade, encontra-se textos, com mais de 4.500 anos, que nos relata como os sacerdotes da Mesopotâmia, usavam o Transe – um estado diferenciado da consciência usual – para realizar diagnósticos objetivando curas. Podemos considerar esses registros como sendo os mais antigos documentos a citarem o transe em sua função terapêutica, um hábito comum à diversas culturas naturalistas.

Por volta de 1723, na Europa, é que surgiram os primeiros estudos científicos, aplicando a hipnose, desde a antiga Grécia, Hipócrates, o pai da Medicina já a utilizava. Mas foi Franz Mesmer (1731-1815), que injustificadamente foi considerado o criador da hipnose. Sigmund Freud em 1896 foi um dos que tentou, sem muito sucesso, aplicar a hipnose, pois os recursos da época eram ineficientes,

No Brasil, desde a década de 50 a Hipnose Clínica vem sendo estudada e reconhecida como técnica terapêutica eficaz, inicialmente foi introduzido no Brasil os métodos clássicos de hipnose (a pessoa tem a memória regredida até o trauma, entra em catarse, objetivando aliviar a carga emocional do trauma, só que o trauma é reforçado!.) . A partir do 1980 uma nova orientação conhecida como Psicoterapia Ericksoniana, originada na “Fundação Milton H. Erickson” de Phoenix, Arizona/EUA, vem oferecendo amplos e profundos ensinamentos das abordagens Ericksonianas à Psicoterapia (aqui a pessoa não vai ao trauma, através de metáforas e sugestões a pessoa é conduzida para uma realidade positiva, como a mente trabalha por associação e os registros tramáticos não foram trabalhados, o tratamento é apenas temporário, o problema retorna!.), o que tínhamos nas mãos até 1980 era isso, em 1983 resolvi me aprofundar nas pesquisas científicas, sem qualquer apoio institucional ou governamental, de forma autonoma, então passados 20 anos, em 2003, consigo finalizar a formatação de mais uma linha de hipnose no mundo, que dei o nome de Hipnose Condicionativa. Hoje posso assertivamente dizer que a hipnose evoluiu, para patamares jamais alcançados, degraus jamais atingidos, graças aos últimos avanços da Hipnose Condicionativa, desenvolvida aqui mesmo no Brasil, para se ter uma ideia dos últimos avanços, o que Freud pesquisava no campo da esquizofrenia, somente agora as respostas apareceram e principalmente, a forma de tratamento, dentro de alguns meses estarei ensinando como tratar esquizofrenia, sem uso de qualquer fármaco ou químico, muito menos eletrochoques!.

No século XIX, ao pesquisar esse procedimento, o Dr. James Braid denominaria a esta ciência o nome de HIPNOSE. O nome escolhido advêm de Hypnos – deus grego do sono – e foi escolhido pelo Dr. Braid devido a semelhança do estado de transe com o estado de sonolência. Vemos assim, que desde seu surgimento, a Hipnose sempre esteve vinculada à busca da cura e é neste sentido que a ciência médica atual pesquisa, não só a extensão que se pode obter com o seu emprego, como também as respostas de como e porque o cérebro processa o estado hipnótico.

Me recordo, ainda criança, meu pai tinha um livro de cabeceira, ali continha métodos clássicos de como colocar uma pessoa em estado de hipnose, foi exatamente esse livro que me despertou todo interesse pela fascinante área da hipnologia. A introdução no Brasil, tanto da hipnose clássica (1723), como da Ericksoniana (1927), ocorreram gradativamente,

5 – É verdade que ela foi considerada crime durante a ditadura militar?

RESPOSTA: Devido ao mau uso da hipnose nesses shows de hipnose que eram realizados, muitas pessoas saiam desses espetáculos em depressão e muitos se suicidavam, pois inúmeros registros traumáticos eram resgatados, para as pessoas passarem por catarses e, de certa forma, impressionar as pessoas, aliás até hoje esses fato ocorrem com certos hipnólogos de palco e de rua, inclusive em cursos e até atendimentos, onde são utilizados métodos clássicos de hipnose, dessa forma o então Presidente Janio Quadros resolve proibir a hipnose no Brasil, somente depois da posse do Presidente Fernando Collor de Mello é que a hipnose pode ser novamente utilizada.

6 – O que o senhor considera um mau uso ou uso perigoso da hipnose?

RESPOSTA: No mundo em que vivemos, está ficando cada vez mais difícil acreditar nas pessoas, em todas as áreas, todo cuidado é pouco na hora de buscar uma formação ou um tratamento.

Da parte do profissional: Em primeiro lugar as pessoas interessados em aprender as técnicas de hipnose, devem pesquisar muito as três linhas (clássica, ericksoniana e condicionativa) e, observar o que esses cursos oferecem, analisar profundamente os conteúdos programáticos, quem ministra, para ver se atende as suas necessidades, se receberão assistência pós curso, direito de atualização técnica, é lógico que acima de tudo, devem procurar os conhecimentos diretamente na fonte, certamente é o lugar mais seguro. Não se deixe enganar por pessoas que apresentam um monte de certificados e um longo currículo, esses fazem uma verdadeira salada de técnicas e os resultados nunca são os esperados!.

Da parte do paciente: Levantar informações sobre a conduta e a capacidade profissional do hipnólogo, pegar referências, pesquisar resultados de tratamentos, cobrar um planejamento e programa de tratamento, saber quais são as técnicas e metodologias que utilizará, se não foi com a cara ou o jeito do hipnólogo, melhor coisa a fazer é interromper o tratamento.

Importante saber que a capacidade profissional de uma pessoa não está na quantidade de cursos que realizou, nem na quantidade de livros que estudou, e sim na “intenção” de ajudar seus semelhantes, de colocar “amor” quando abraça uma causa, em estar comprometido e determinado na solução do problema, o mais breve possível, quando sentir que está sendo enrolado ou que o profissional está pensando apenas em seu dinheiro, interrompa o tratamento!.

7 – Para concluir gostaria que o senhor citasse os principais mitos sobre a técnica.

– Hipnose é causada pelo poder do hipnotizador – Naturalmente o hipnotizador deve ter o devido conhecimento e a força mental necessária à concentração no momento certo, mas isso não é suficiente, para que o paciente entre em estado de hipnose existe a necessidade de um campo de interação e confiança, denominado “rapport”, além da pessoa “querer” resolver seu problema.

– O hipnotizador controla o desejo do paciente – Nenhum paciente hipnotizado faz aquilo que não faria acordado, ou seja, ele só é capaz de fazer aquilo que considera inofensivo e, mesmo assim, se desejar, todos temos o livre arbítrio.

– A hipnose é prejudicial à saúde – Desde que utilizada por profissionais competentes e bem intencionados, a hipnose não causa danos, devendo-se, apenas, estar atento para a sua utilização por pessoas inescrupulosas.

– Pode-se tornar dependente da hipnose – Na utilização clínica não existe qualquer tipo de dependência na hipnose, exceto se o hipnólogo tiver alguma intenção.

– A pessoa pode não voltar do transe, ficar presa nele – Não é possível ficar preso ao transe. O transe profundo leva ao sono denominado terapêutico que, como qualquer sono fisiológico, dura até o momento de acordar, que é natural a cada indivíduo.

– O sono é a hipnose – A hipnose não é igual ao sono fisiológico de todas as noites. É um estágio anterior ao sono, quando a pessoa está concentrada, com certo grau de consciência e podendo responder a comandos. É um relaxamento de forma alerta, denominado estado alterado de consciência, onde o racional fica afastado, dando acesso aos conteúdos da memória, ao centro emocional, mecanismos que controlam a vontade, etc.

– A pessoa fica inconsciente em transe – Normalmente o hipnotizado mantém o seu estado consciente, apenas com a atenção focalizada, onde o censor crítico da mente é aberto (racional) ou simplesmente afastado temporariamente, razão de poder-se resgatar informações de memória (consciente e inconsciente), somente desta forma podemos trabalhar os mecanismos terapêuticos, indo até os pontos vitais de um problema, tanto de ordem física como psíquica. Ao aprofundar o transe, pode haver o desligamento da atenção vigilante. Apenas no transe profundo ocorre a amnésia total (inconsciente), tudo depende do nível de ansiedade em que o paciente conseguiu chegar durante a sessão, nota-se que a cada sessão, dependendo do terapeuta e da técnica empregada, o aprofundamento ao transe é cada vez maior e os níveis de consciência são cada vez menores.

– Hipnose é terapia – Embora a hipnose tenha a facilidade de trazer alívio de dores e muita paz interior, o que já serve para curar uma série de angústias e ansiedades, ela é apenas uma ferramenta utilizada no processo terapêutico. A hipnose em si não é uma terapia e sim um instrumento, uma ferramenta para se atingir o estado de sono terapêutico, para se atingir este estado existem inúmeras técnicas, que vai do transe lento ao instantâneo, depois que a pessoa entrou em sono terapêutico, necessário empregar uma das três linhas de hipnose clínica científica que dispomos na atualidade. A hipnose científica possui três linhas principais: Hipnose Clássica (1723), Hipnose Ericksoniana (1927) e Hipnose Condicionativa (1983).

– Regressão e hipnose – Pode ocorrer a regressão de memória quando a pessoa entra em estado hipnótico, o objetivo é localizar os registros mentais traumáticos que podem ser vivenciados, psicossomáticos ou subliminares, que foram incorporados no psiquismo em algum momento da vida. Na Hipnose Clássica trabalhe basicamente a regressão dentro do conceito investigativo (sofrologia), enquanto na Hipnose Condicionativa o paciente não fala com o terapeuta, utiliza-se método de “bloqueio” de registros mentais traumáticos em vez de investigação, desta forma abrevia-se o tratamento, sem resgatar traumas.

– Há perigos para a hipnose? – Ela pode ser realmente perigosa se aplicada indevidamente, ou seja, nas mãos de pessoa inescrupulosa ou sem cautela. Por isso exige a formação correta do profissional, o preparo e a habilitação, para lidar com psicoterapia e um bom estudo da mente e do comportamento humana. É crescente a quantidade de profissionais da saúde, educação, desportes, RH e criminalística que buscam na hipnologia a ferramenta eficiente para atender os mais diversos tipos de patologias.

– A hipnose realiza milagres – O que na hipnose pode parecer milagre, nada mais é do que o acesso a novas respostas interiores, em função da junção entre a motivação do paciente e a abertura às riquezas de cada um em seu inconsciente, é na mente onde está a cura da maioria das doenças, pois é ali que elas nascem, exceto as provenientes de fungos, vírus, bactérias, genética, acidentais e abusivas contra a saúde, assim mesmo elas podem ser tratadas pela hipnose, pois é na mente onde estão as energias que sustentam nossas vidas como: fé, vontade, prazer, sexualidade, dor, amor, ciúmes, ódio, inveja, ansiedade, satisfação, medos, angústias. Na mente também estão localizadas todos as informações captadas pelos sentidos humano, que de alguma forma ali ficou registrada, podendo ser vivenciada, subliminar ou psicossomatizada, desde a vida intrauterina até o momento presente. A única maneira para alcançar as energias e os registros mentais é pela hipnose, quando o hipnólogo está bem preparado tecnicamente e o paciente quer ficar livre do problema que o incomoda, tanto físico como psíquico, os resultados são imediatos.

–  A hipnose significa inconsciência – Existe uma relação direta entre o nível do sono terapêutico e a ansiedade, quanto menor for a ansiedade mais profundo é o estado de relaxamento, as frequências mentais baixam, o ritmo cardíaco e a respiração diminuem consideravelmente, então menores serão as lembranças pós hipnose. Existem inúmeras técnicas para levar uma pessoa ao estado de sono terapêutico ou hipnótico, muitas das situações vivenciadas mentalmente durante o estado de hipnose são necessárias que permaneçam na memória consciente, para lembrança depois das sessões.

– O hipnotizado revela seus segredos – Dependendo da linha de hipnose empregada, na Clássica o hipnotizado só fala aquilo que deseja. Ele terá oportunidade de lembrar-se de coisas há muito esquecidas, o que chamamos de hiperamnésia, mas só falará se achar seguro. Na Hipnose Condicionativa o terapeuta é apenas um facilitador do processo terapêutico, o paciente não fala durante a sessão, possibilitando que 90% das pessoas consigam chegar ao estado de transe hipnótico com mais facilidade, abreviando qualquer tipo de tratamento.

– E se houver a morte do hipnotizador durante o transe? – Ao deixar de ouvir a voz do hipnotizador o paciente interrompe o transe induzido ou pode até continuar um pouco, acordando normalmente depois de algum tempo. O transe pode se transformar em sono fisiológico.

FONTE: Instituto Brasileiro de Hipnologia – www.institutohipnologia.com.br


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