Atendi uma garota de 12 anos, durante a sessão de análise observei que a menina era muito tímida, introvertida, usando óculos, vive apenas com a mãe. Informa que o pai sempre viveu longe e não a procura. Sua mãe, sempre presente, pede a este hipnoterapêuta que a faça mais ativa, mais falante, enfim que acabe com sua timidez. Alega que a menina é estudiosa mas se comunica pouco. Diz ainda que a filha sofreu alguns traumas nos seus primeiros anos de vida, em função de atitudes de seu pai.

Noutro dia compareceu acompanhada de sua mãe e avó. Feito o relaxamento, entrou com facilidade em transe hipnótico. Apliquei as técnicas de Hipnose Condicionativa voltadas para auto-estima e motivação com compensação. Em seguida foi realizado o bloqueio do emocional negativo e energização fazendo-a ver que ela é uma pessoa muito importante e que todos gostariam de conhecer a opinião dela sobre as coisas que a cercam. Foi incentivada a falar sempre que tivesse algo a dizer e ser feliz ao fazer isso. Feito o chaveamento mental, e a resignificação, foi orientada a sair do sono terapêutico, o que fez com êxito e no momento certo. Ao despertar, estava um tanto zonza, mas em seguida se recuperou, rindo e feliz.

Para que sua avó se cientificasse que de fato ela havia sido hipnotizada, foi lhe dada um ordem pós-hipnótica para que tirasses seus tênis na primeira vez que olhasse para sua mãe; o que fez sem entender, na hora, porque estava fazendo aquilo. Após minhas explicações, foi embora muito sorridente.

No dia seguinte, sua avó informou que elas foram a pé para casa e no caminho ela já era outra pessoa pois falava, opinava, sorria e assim continuou nos dias seguintes. Alguns professores, em sua escola, observaram a mudança e a tem advertido para que se comporte melhor durante as aulas.

Não foi necessária outra sessão. Ela, sua mãe e avó, ficaram felizes com o resultado; eu também.

Porto Alegre, 16 de outubro de 2007

Roberto Schmidt