A hipnose e suas diversas áreas de atuação

A hipnose e suas diversas áreas de atuação
22/05/2015 – Jornal o Trem e Jornal o Onibus – 250.000 exemplares distribuídos na Capital São Paulo
Empregado em todos os campos das atividades humanas, esse fenômeno ganhou a credibilidade de vários profissionais.

Imagine um pêndulo balançando à sua frente e você concentrando toda a sua atenção nesse objeto. Pronto. A partir desse momento você está hipnotizado. Antigamente, essa era a forma convencional de praticar a hipnose. Mas com o passar dos anos, esse fenômeno – ainda desconhecido por grande parte da sociedade – foi se modificando, consolidando e ampliando a área de atuação.

Sendo assim, a hipnose deixou de ser um tabu – por muitos anos foi vista como uma armação – e passou, até mesmo, a ser utilizada como uma ferramenta de trabalho na área da medicina, odontologia, educação e recursos humanos.

Com tanto avanço, é a hora de conhecer um pouco mais sobre esse fenômeno e quem sabe, passar a utilizá-lo em prol do seu bem estar.

O fenômeno

Quando se fala em hipnose, muitas pessoas imaginam cenas características, como de uma pessoa comendo cebola achando que é maçã. Entretanto, não conhecem o principal conceito desse estado.

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Hipnologia, Luiz Carlos Crozera, a hipnose é um estado natural de profundo relaxamento – um sono terapêutico – onde é afastada a parte crítica do racional, dando acesso aos conteúdos de memória. “É apenas um meio para se entrar na mente de uma pessoa. Uma vez dentro das memórias, empregam-se ferramentas ou mecanismos dentro de conceitos previamente estudados e estruturados”, diz.

Na Hipnose Condicionativa, por exemplo, há o desligamento neurológico do tato, paladar e visão, permanecendo o olfato e a audição, ao tempo que o sensor crítico do racional é afastado para que haja o acesso às memórias conscientes e inconscientes – ocorre o bloqueio das emoções que envolvem os registros traumáticos.

O controle sobre a mente

Muitas pessoas desconfiam da hipnose pelo fato de perderem a consciência durante as sessões e serem ‘controladas’ por um hipnólogo. Mas tudo isso acontece por causa da desinformação e preconceito.

“O grau de consciência, durante e após a hipnose, depende do nível de ansiedade no momento da sessão. Quanto menor a ansiedade, mais baixa é a frequência cerebral e menores são as lembranças durante e após o ato. Quando a pessoa é submetida à hipnose, depois de um tempo, sem receber comandos do hipnólogo, passa automaticamente ao sono fisiológico – após alguns minutos sai sozinha do estado de hipnose”, esclarece Crozera.

No que tange ao controle da mente, o presidente do Instituto Brasileiro de Hipnologia comenta: “No campo terapêutico esse tipo de controle não existe, exceto se a intenção do terapeuta não for de solucionar os problemas das pessoas. Todo ser humano é dotado do ‘arbítrio’, o controle da mente funciona somente naquele momento, em seguida o arbítrio bloqueia os comandos utilizados pelo hipnólogo”. Ele ainda acrescenta: “a prática da hipnose torna-se perigosa quando é praticada por pessoas de má índole e inexperientes. Por isso, é desaconselhável a hipnose online”.

É possível se auto-hipnotizar?

Não é difícil encontrar vídeos ensinando a auto-hipnotização. Porém, esse é um ato desaconselhado pelo hipnólogo Luiz Crozera.

“As pessoas possuem informações totalmente erradas sobre a hipnose. É impossível se auto-hipnotizar, pois não há como afastar por conta própria a parte crítica do racional. O que se vende como auto-hipnose, nada mais é que auto-sugestão – o tempo todo a pessoa está racionalizando pensamentos e imaginação. Por outro lado, existe a falsa hipnose no mercado, que são simplesmente sugestões conscientes – durante o processo a pessoa fica pensando e imaginando coisas, situações e lugares. No verdadeiro processo da hipnose a pessoa não pensa nem imagina”, conclui.

Ampliando a atuação

Podendo ser empregada em várias áreas das atividades humanas, a hipnose já foi reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia, de Medicina e de Psicologia como uma ferramenta de trabalho.

Segundo o psiquiatra e coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Federal de Medicina, Salomão Rodrigues Filho, “existem indícios que a hipnose pode amenizar as dores crônicas de pacientes”, mesmo que não existam publicações na literatura médica que assegure esse fato.

Luiz Crozera explica que no combate às dores, por exemplo, “é possível, via hipnose, fazer anestesias e analgesias, além do bloqueio de neurotransmissores”.

Fonte: Instituto Brasileiro de Hipnologia – www.institutohipnologia.com.br

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